Em um cenário onde a demanda por crédito no setor agropecuário é cada vez maior, a CPR emerge como uma poderosa ferramenta capaz de viabilizar o crescimento sustentável dessas empresas, permitindo o acesso a recursos financeiros de forma ágil, segura e flexível. Neste artigo, entenda melhor o que é a CPR e conheça como ela vem desempenhando um papel fundamental para fortalecer o agronegócio e impulsionar a economia rural. 


O que é a CPR e qual a sua importância?

A CPR (cédula de produto rural) é uma importante ferramenta de financiamento do mercado agro, isso porque a cédula é um título que representa uma promessa de transação futura de um produto agro.

A CPR foi criada em 1994 e antes da sua existência, o financiamento ao setor agropecuário era baseado principalmente em crédito rural, operações de barter (troca de insumos por produtos agrícolas), entre outras formas tradicionais de financiamento.

No entanto, esses modelos de financiamento apresentavam limitações e restrições que dificultavam o acesso ao crédito pelos produtores rurais e outras empresas do agronegócio. Além disso, as operações de barter podiam gerar riscos de preço e volatilidade para os produtores.

A CPR foi criada para suprir essas lacunas e proporcionar maior flexibilidade e eficiência nas transações financeiras do agronegócio. Com a CPR, os produtores rurais podem antecipar recursos financeiros ao venderem sua safra futura a preços previamente acordados, tornando mais fácil a obtenção de crédito e reduzindo a exposição a riscos de mercado.

A CPR também trouxe mais segurança jurídica e transparência às operações do agronegócio, já que o título é regulamentado por lei e sua emissão segue procedimentos específicos. Mas como a cédula funciona e quais os tipos disponíveis no mercado? Acompanhe a seguir no artigo. 

Como funciona a CPR

A CPR envolve 5 etapas, desde a emissão até o vencimento:

  1. Emissão: O produtor rural ou a empresa do agronegócio emite a CPR, que representa a promessa de entrega futura de produtos agrícolas. O título pode ser físico ou eletrônico, dependendo da modalidade escolhida.
  2. Registro: A CPR deve ser registrada em entidade autorizada, como uma corretora de mercadorias, câmara de compensação ou instituição financeira, para que tenha validade jurídica.
  3. Negociação: A CPR é negociável, o que significa que o produtor pode vendê-la para terceiros antes do vencimento. Isso permite ao produtor antecipar recursos financeiros ao negociar a CPR com investidores, tradings, bancos ou outras empresas interessadas.
  4. Formas de liquidação: A CPR oferece mais de um tipo de  liquidação, física ou financeira. As especificações para cada uma são acordadas na emissão da CPR.
  5. Vencimento: A CPR tem um prazo de vencimento estabelecido, que pode variar de acordo com as necessidades e acordos entre as partes envolvidas.

Tipos de CPRs

Como já citado anteriormente, existe mais de uma forma de liquidação das CPRs e elas podem ser divididas em 3 tipos:

CPR Física: Nessa modalidade o pagamento da CPR é feito na entrega do produto pelo emitente. O produto aqui pode ser por exemplo sacas de soja, que deve seguir a qualidade e quantidade contida na cédula. 


CPR Financeira: Esse tipo de CPR é mais recente que a CPR física, mas passou a valer desde 2001. Aqui não existe entrega física do produto, mas sim a quitação do valor descrito na cédula no vencimento da mesma.

CPR Verde: Essa é uma modalidade especial da Cédula de Produto Rural (CPR) que foi criada em 2010 com o objetivo de incentivar práticas sustentáveis no agronegócio brasileiro. Essa modalidade de CPR está relacionada ao compromisso do produtor rural em adotar medidas que contribuam para a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade das atividades agropecuárias. A CPR Verde se diferencia das demais modalidades de CPR pela inclusão de cláusulas específicas relacionadas às práticas sustentáveis adotadas pelo produtor rural.

Importância das CPRs para empresas de insumos agrícolas 

Tal modernização trouxe diversos benefícios para o agronegócio, tanto para os produtores, quanto para o restante da cadeia, como é o caso de empresas de insumos agrícolas. Primeiramente, a CPR trouxe mais eficiência e segurança nas transações de crédito das revendas e empresas de insumos. Ao emitirem a CPR lastreada nos recebíveis de suas vendas a prazo, essas empresas conseguiram antecipar o recebimento dos valores devidos pelos produtores, liberando recursos para reinvestir em suas operações ou expandir seus negócios.

Além disso, a CPR possibilitou que as empresas de insumos agrícolas diversificassem suas fontes de financiamento. Ao transformar os recebíveis em títulos negociáveis no mercado, as empresas puderam acessar investidores interessados em adquirir essas CPRs. Isso resultou em maior liquidez para as empresas, que não precisam depender exclusivamente de empréstimos bancários ou recursos próprios para financiar suas atividades.

A segurança jurídica proporcionada pela CPR também foi um fator relevante para as empresas de insumos agrícolas. A emissão da cédula, devidamente registrada em entidades autorizadas, garantiu a legalidade e a validade das operações, reduzindo o risco de inadimplência e disputas contratuais.

Outro aspecto importante é que a CPR possibilitou uma maior integração entre as empresas de insumos agrícolas e os produtores rurais. Ao oferecer crédito por meio da emissão de CPRs, as empresas fortaleceram seus laços com os clientes, contribuindo para a fidelização e a confiança mútua.

Por fim, a CPR proporcionou uma flexibilidade financeira às empresas de insumos agrícolas. Com a possibilidade de securitizar seus recebíveis, essas empresas conseguiram adaptar-se melhor às flutuações do mercado e às demandas sazonais do setor, tornando suas operações mais resilientes e eficientes.

Essa modalidade de crédito se tornou uma importante aliada no desenvolvimento e expansão dessas empresas no mercado do agronegócio e fazer o registro da mesma é fácil e acessível. Empresas como a Tarken, que estão presentes em todo o ciclo de crédito agro para empresas de insumos, oferecem o registo de CPR junto à CERC de forma rápida, tornando o processo ainda mais fácil.